domingo, 16 de setembro de 2007

Direitos... sem serem questionados


Sabiam que todos os cidadãos, pelo menos os Portugueses têm o direito de recusar ajuda médica? Além de que todos termos direito a uma segunda opinião...
Começando pelo princípio... todos os exames efectuados ao doente pertencem-lhe e têm o direito de ser informados, pelo médico assistente, claro está, sobre os resultados nele constantes... não, não são os familiares.. mas o doente! É preciso que este não esteja em condições de o saber! Quando há consciência pela parte de quem requisita os exames, acho até que os familiares pouco ajudam nesta situação, devem cingir-se ao tal apoio moral!!!
Os doentes têm também o direito, e no meu pensamento, o dever de pedir uma segunda opinião...devem-no fazer, até para poderem descartar algum mau diagnóstico, que vai abundando por aí...
Caso assim o decidam, eles não são obrigados a prolongar a vida por métodos, medicamentosos, cirúrgicos ou clínicos e aqui é que normalmente os familiares costumam fazer errados juízos de valor: o meu familiar está doido, deprimido,etc. por recusar tratamento!
Entendamo-nos, não é por ser uma poupança para o SNSaúde, ninguém pode ser obrigado a tratar-se! Pode não ser nenhuma patologia psiquiátrica o recusar tratamento. No meu entender, excluindo loucura, duas coisas podem ser a causa:
1ª O doente conhecer aquilo que vai passar e não o querer... Normalmente são doentes que conhecem os meios de tratamento, ou por já terem passado por eles ou alguém próximo ou até pelo trabalho que têm ou tiveram... Estão a par das estatísticas e das consequências, mais ou menos dolorosas do processo e recusam-no!
2ª Por acharem que a natureza tem razão e deve seguir o seu curso... para quê alterar o curso natural das coisas? Nos outros animais, normalmente o filho rejeitado tem malformações... Para quê alterar aquilo que a natureza insiste em fazer ou dizer?
Pode ainda ser uma combinação das duas!!!
Em todos os casos, é uma decisão que deve ser muito pensada e reflectida... Não é suicídio, nem deve ser confundido como tal! Deve ser respeitado por todos os cidadãos e não se deve fazer juízos de valor ou tentativa de os descredibilizar!
Porque é que sempre que um indivíduo tem alguma doença deve ir a correr tratar-se, muitas vezes tapando os pés e descobrindo a cabeça, sem grandes esperanças de cura e sobretudo com um sofrimento inerente que não lhe trás qualidade de vida? Se algum indivíduo é por demais independente para quê depender daqueles que muitas vezes lhe escondem o real estado das coisas, ou então inventam argumentos para não os assumir?
Não minto se disser que aqui em Portugal o normal é os familiares ficarem com peninha e andarem a esconder a real gravidade das coisas... esquecem-se que os doentes não são acéfalos e lêem nos olhares mais ou menos compungidos a mentira!
Todos temos o direito à vida... e todos podemos dizer NÃO! Não é muito habitual, mas é um direito! E como tal deve ser respeitado!